10A audiência pública “A Bahia contra a Covid-19 – Ações e Recursos Investidos em 10 Meses de Pandemia”, realizada pela Comissão Especial para Avaliação dos Impactos da Pandemia da Covid-19 da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), com o secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas, nesta quarta-feira (10), reuniu mais de 150 pessoas, entre parlamentares, jornalistas, professores e representantes da sociedade civil – maior reunião virtual realizada pela casa.
A iniciativa, segundo o deputado estadual Angelo Almeida, presidente da comissão, é o pontapé inicial para as discussões sobre as consequências da Covid-19 na Bahia, principalmente nas áreas da educação e socioeconômica. “Precisamos entender todas as ações específicas da Saúde e quais as perspectivas para os próximos meses, para, a partir daí, trazermos para os debates na casa legislativa profissionais especializados em cada segmento e buscarmos soluções que atenuem os prejuízos da pandemia”, disse.
De acordo com informações apresentadas pelo secretário, foram investidos nas ações de enfrentamento à doença na Bahia cerca de R$ 1 bilhão, dos quais R$ 695 milhões do Governo Federal e R$ 225 milhões do Estadual. “Os trabalhos foram iniciados em janeiro de 2020, antes mesmo do registro do primeiro caso no Estado, o que possibilitou o desenvolvimento de uma estrutura, inclusive tecnológica, para favorecer as ações e fazer com que hoje a Bahia seja o sexto do país com a menor taxa de mortalidade e letalidade”, explicou.
Vilas-Boas destacou a importância da Central Integrada de Comando e Controle da Saúde do Estado da Bahia, que denominou de “cérebro da inteligência da saúde”, estrutura completamente digital, com a central de monitoramento, inaugurada em março de 2020. Também valorizou o funcionamento do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), 24 horas, onde atualmente é possível ter resultados de exames em apenas um dia. O custo mensal para manutenção do Lacen, ainda segundo o gestor, é de mais de R$ 15 milhões.
Vacinação e grupos prioritários
Sobre a imunização na Bahia, o secretário comemorou o fato de o número de doses aplicadas por dia, cerca de 23 mil, ser maior do que o de novos casos, mas ressaltou que é ainda muito baixo perto do que seria o ideal, uma média de 200 mil.
Diante da reivindicação de alguns deputados e participantes da audiência para incluisão de outras categorias no público prioritário, como policiais militares e professores, Vilas-Boas esclareceu que esses grupos também têm prioridade e serão atendidos na terceira fase, junto com as pessoas que têm comorbidades. Conforme explicou, não é possível antecipar a vacinação desses grupos, já que o número de doses disponíveis é ainda muito pequeno e outros públicos são mais vulneráveis.
“O risco de uma pessoa de 75 anos morrer de Covid é de 25%, um em cada quatro, e 54% das mortes acontecem nessa faixa etária. Já o policial é de cerca de 4%. Os médicos precisam ser prioritários, porque eles têm que estar saudáveis para salvar todos. Semana que vem a gente completa um mês de vacinação e já era para virarmos essa página de todos os idosos, profissionais de saúde e indígenas, mas vamos chegar lá sem começar a vacinar os de 80 anos”, justificou.
Volta às aulas
Sobre a volta às aulas presenciais na Bahia, o secretário ressaltou que em fevereiro ainda não é possível acontecer, porque não há folga nos hospitais caso ocorra uma explosão de casos com a abertura das escolas. “Se mantivermos o número em queda e chegarmos a uma estabilidade, é possível para março, mas estamos em discussão. Hoje não é possível pensar em voltar, porque há uma insegurança sobre o que vai acontecer ao longo dos próximos dias e semanas”, pontuou.
Participaram da audiência, além do secretário e do deputado Angelo Almeida, os deputados membros da comissão, Tiago Correia (PSDB), Jacó Lula da Silva (PT), Mirela Macedo (PSD), Olívia Santana (PCdoB) e Vitor Bonfim (PL). A deputada Fabíola Mansur (PSB) e os deputados Paulo Câmara (PSDB), Rosemberg Lula Pinto (PT), Soldado Prisco (PSC) e Hilton Coelho (Psol) também estiveram da discussão.
Angelo encerrou o encontro ressaltando a importância dos debates em torno do tema para contribuir de forma efetiva no enfrentamento à Covid-19 e lembrou que, na próxima quarta-feira (17), já está confirmada a audiência pública com o secretário de Educação da Bahia, Jerônimo Rodrigues. “Esta audiência gerou grande interesse. Isso mostra que, apesar de quase um ano de pandemia no país, ainda há muitas dúvidas. Conto com a participação de todos nas próximas discussões para que possamos, juntos, entender e pensar em como enfrentar esse período tão difícil de hoje e o que está por vir”, declarou.
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